“O Diaconato Permanente e a Renovação da Igreja”
Na solene liturgia de ordenação diaconal, no momento da recepção do livro dos Evangelhos, o ordenado ouve dos lábios do bispo a seguinte expressão: “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro; transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que creres e procura realizar o que ensinares”. Tal declaração deve levar o ordenado a se extasiar com a nobre missão que lhe é conferida pela Igreja de anunciar com heroísmo a Palavra de Deus, fazendo com que esta seja reconhecida como a luz radiante que ilumina o coração humano e o faz se aproximar do seu Senhor.
“Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro; transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que creres e procura realizar o que ensinares”
O sacramento da Ordem, confere ao diácono uma nova consagração a Deus, mediante a qual é consagrado pela unção do Espírito e mandado por Cristo para o serviço do Povo de Deus e “para a edificação do Corpo de Cristo” (Ef 4,12). O Concílio Vaticano II, chama de “graça sacramental do diaconado” (AG 16) a fonte da qual provém a espiritualidade do diácono; e esta graça, incide eficazmente no ânimo do ordenado, levando-o a ofertar-se com todo empenho na missão em prol do Reino de Deus na Igreja. O caráter recebido na ordenação, produz uma configuração a Cristo à qual a pessoa deve aderir e fazer crescer por toda sua vida, sendo um reflexo de santidade e espírito renovado na Igreja, transformando em fé viva o Evangelho proclamado, e ensinando aquilo que crer.
Vale recordar as palavras de Santo Inácio de Antioquia que afirmava de forma cristalina que o ofício do diácono não é outra coisa senão o “Ministério de Jesus Cristo, o qual, antes de todos os séculos estava junto do Pai, até que por fim se nos manifestou”; e acrescenta esta advertência: “É necessário pois, que também os diáconos que são ministros dos Mistérios de Jesus Cristo, agradem a todos, por todos os modos. Eles, efetivamente, não são apenas diáconos dos alimentos e das bebidas, mas ministros da Igreja de Deus” (Carta Apostólica Ad Pascendum – Papa São Paulo VI).
Por fim, vale também ressaltar as palavras de São Leão Magno sobre a ilustre, admirável e venerada figura de São Lourenço diácono e mártir: “As chamas que o consumia, não devastaram a caridade de Cristo; o fogo que o queimava por fora, era mais brando do que aquele que ardia por dentro”. Que todo diácono jamais se esqueça que foi constituído por Cristo em sua ordenação um mensageiro do Evangelho para renovar e transformar em fé viva os anseios do coração humano.
Paz e bem!!
Att. Diác Leandro Lúcio Manhães Ribeiro